Vives por carência. Nos teus olhos, na tua voz e até na tua pele vive esse desejo de sugar a carência que te rodeia. Precisas que precisem de ti, de te aproximar, manter-te por perto. Ver a aflição no corpo dos outros desperta a infindável vontade de resolver o que os aflige. É um vicio, como tantos outros nesta vida. Não lhes fazes mal, mas garantes-lhes a sobrevivência sempre que esta se torna mais dificil. Não magoas ninguém é certo, a não ser a ti próprio. Cumpres o objectivo, fazes os outros mais felizes. Somente não te perdoas se falhares, esqueces-te que nem sempre salvamos tudo. Mascaraste tanta vez esse vicio no amor, que acreditas de facto que o seja. Quando me aproximo de ti e te confronto com tudo isto, é sempre o amor que me atiras. A solução e a mais perfeita desculpa para não perceberes o erro. Ninguém ama toda a gente. Ou teriam que não se amar nem um pouco.Questiono, quero saber o porquê. Preferia ver-te resolver a tua vida em contrapartida a essa entrega que não faz sentido. Até gostas de mandar para me calar, essa frase sublinhada algures, 'Não sei fingir que amo pouco quando em mim ama tudo' . Pergunto-te se será por isso, ou viver as carências dos outros é fugir das tuas. Sorris, como fazes há demasiados anos para eu me deixar surpreender. Sorriso que leva também ele quase compaixão por mim. E aí abandono-te mais uma vez nessa tua certeza de que podes ser de todos, para todos. Quando todos tiverem sobrevivido, só sobras tu. Saberás salvar-te igualmente?
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
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